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Fruta do Oeste em destaque na Feira Nacional de Hortofruticultura
Começou na passada sexta-feira uma das mais concorridas feiras de hortofrutícolas entre os anos 70 e 90, no centenário Parque D.Carlos I, nas Caldas da Rainha, e que perdeu algum protagonismo com a mudança de localização, até deixar mesmo de ser realizada.
Agora de regresso, a “Frutos – Feira Nacional de Hortofruticultura 2016”, só nos primeiros quatro dias, atraiu vinte mil visitantes a um dos considerados “grandes eventos do verão do Oeste”. Além disso, esta “ festa da fruta” com portas abertas até ao próximo fim de semana, promete ser uma “montra representativa do que de melhor se faz no setor da hortofruticultura do Oeste”, com a participação de 120 expositores, ligados aos frutos, doçaria tradicional, licores, máquinas agrícolas e turismo, e ainda conta com um “vasto cartaz de animação”. Apesar da feira coincidir com a tradicional época de apanha da fruta, a grande maioria dos produtores de pera rocha do Oeste, maçã de Alcobaça e de morangos, sublinhou que a apanha está atrasada, mas “foi possível trazer para mostra alguns dos nossos produtos”.
Depois de uma paragem de 12 anos, a ‘Frutos’ regressou ao Parque D. Carlos I das Caldas da Rainha, tendo este certame cumprido 27 edições, repartidas entre o Parque e a Expoeste, até 2007.
“Esta grande aventura que é a Feira Nacional da Hortofruticultura 2016, nasceu aqui (Parque D.Carlos I) em 1978, esteve a funcionar até 1992, e passou para o pavilhão de exposições, onde funcionou até 2007”, explicou António Marques, diretor executivo da Expoeste.
Apesar do tempo não ter ajudado à inauguração do certame, ato realizou-se com a presença da diretora regional de Agricultura e Pescas de Lisboa e Vale do Tejo (DRAPLVT), Elizete Jardim, do presidente do Turismo do Centro, Pedro Machado, e da diretora regional de Lisboa e Vale do Tejo do IPDJ – Instituto Português do Desporto e Juventude, Eduarda Marques, que acompanhados pelo presidente da Câmara de Caldas da Rainha passaram por todos os stands, cumprimentando os representantes e provando as frutas e vinhos.
Após a visita e ao sabor de um gaspacho com base de fruta (meloa, morango, tomate e espuma de hortelã), confecionado pelo chef Tiago Costa, no espaço da Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste, o presidente da Câmara, Tinta Ferreira, salientou que “durante vários anos havia o desejo por parte da população que a tradicional “Festa da Fruta” voltasse a funcionar no seu espaço original que é o Parque D.Carlos I”.
Para o governante, este certame foi “um dos grandes eventos que durante muitos anos afirmou as Caldas da Rainha no contexto nacional dos grandes eventos do setor primário”, e tem o objetivo de ser mais “um dos elementos de atratividade e de recolocação da cidade no mapa dos eventos”, permitindo aos setores económicos da região o crescimento e desenvolvimento no panorama nacional. Ainda destacou que “corresponde a um espaço que faltava reocupar no país, que é a reafirmação destes produtos do setor primário, que são de grande importância para a vida económica dos produtores”.
No caso concreto da agricultura e da hortofruticultura, a feira é uma “forma dos produtores darem as conhecer e reafirmarem a importância dos seus produtos, e dos consumidores se ligarem à fruta e aos produtos que a terra tem para oferecer”.
“A direção sempre esteve ao lado da autarquia, na pretensão de voltar a pôr de pé esta feira”
A diretora regional de Agricultura manifestou que o organismo que lidera “esteve ao lado da autarquia, na pretensão de voltar a pôr de pé esta feira”.
Aproveitou para falar de outros temas ligados ao setor, como o Programa de Desenvolvimento rural – PDR 2020, que neste momento “está muito atrasado”, com pessoas a queixarem-se, pois “há candidaturas submetidas há mais de um ano, que ainda não foram analisadas nem decididas”.
A região de Lisboa e Vale do Tejo, que integra o Oeste, “não é a região do país com o maior número de candidaturas” ao programa, com “pouco mais de 1500 e dessas já foram validadas mais de mil”. Esses números correspondem exclusivamente à produção agrícola, aos jovens agricultores, à componente de produção e formação, e aos grandes e pequenos investimentos. “Das 1500 candidaturas, uma boa parte já está com uma decisão nacional”, explicou, acrescentando que já foram pagos “141 projetos de prémios, o que equivale a mais de quatro milhões de euros”. Além disso, esclareceu que no “Prémio de Instalação a Jovens Agricultores” e ajudas ao investimento, a direção regional já validou 133 candidaturas, correspondente a uma ajuda de 18 milhões de euros.
De acordo com a responsável, este atraso deve-se “à maneira como o programa está concebido, em que só podem ser validadas quando a nível nacional todas as 35 mil candidaturas forem analisadas”. Embora as “nossas candidaturas estejam analisadas”, ainda há candidaturas que não estão no resto do país.
Elizete Jardim também salientou que a direção regional está ajudar o resto do país neste processo, tendo já analisado mais de 800 candidaturas do norte, “numa tentativa de agilizar o processo e ver os nossos agricultores com os seus projetos aprovados”. “Esperamos até ao final do ano ter a carteira limpa”, frisou, no entanto, é preciso que “nos entreguem para decisão as candidaturas que ainda estão na autoridade de gestão”.
“O PDR não está parado, está a andar mais devagar”, declarou a diretora, admitindo que “para novembro espera-se a abertura de novas candidaturas aos investimentos nestas áreas”.
A responsável destacou que no certame da Frutos há um consultório técnico, onde os produtores se poderão aconselhar com profissionais da área sobre várias questões do setor.
Ao longo destes dias há exposições, mostras tecnológicas, maquinaria, workshops, showcooking, visitas guiadas a explorações e até um Pokémon Lounge. Entre os chefes de cozinha convidados, estiveram já presentes Francisco Siopa e Miguel Laffan a fazer demonstrações ao vivo. Além disso, o certame conta com mais de uma dezena de restaurantes, bares, vinhos do Oeste, produtos de fumeiro e charcutaria tradicional portuguesa. Paralelamente há animação por toda a cidade e mercado da Praça da Fruta, que está funcionar às sextas e sábados até 22h30.
Cartaz de animação enche o parque de visitantes
O certame durante o passado fim de semana foi palco de um conjunto de atuações que atraiu os visitantes à noite ao Parque D.Carlos I. HMB, na sexta-feira, The Black Mamba, no sábado, Herman José, no domingo e The Lucy Duckies, na segunda-feira, encheram as medidas dos visitantes.
Uma banda com valores da soul e do R&B cantados em português, os HMB, fizeram as honras da casa na primeira noite da “Frutos”, cativando os fãs, que faziam fila na bilheteira para cantarem os diversos versos dos temas dos álbuns da banda.
O projeto, que surgiu em 2007, conta agora com novos membros no grupo, que deixaram o público a sorrir e cheio de energia enquanto dançava ao som das músicas “O Amor é assim”, “Naptel Xulima”, “Feeling” e o “Dia D”.
Héber Marques, vocalista dos Héber Marques Band (HMB), contou que “o concerto correu lindamente, em que o público fez a festa connosco do princípio ao fim, num sítio fabuloso”.
O momento alto do concerto foi “Naptel Xulima”, em que “sentimos que de concerto para concerto a adesão e o sorriso do público para com essa música é maior”. Além disso, referiu que em outubro a banda vai lançar um novo single e o “álbum também numa data próxima”.
“Os HMB estão em estúdio a trabalhar e em processo de composição, e ainda estamos muitos ocupados com concertos”, salientou, adiantando que este processo tem sido “uma luta, e a pouco e pouco temos vindo a ganhar o nosso espaço e o nosso sucesso”. “O Amor é assim” é para o vocalista o “maior sucesso que tivemos até então”.
No segundo dia de feira, o palco contou a sonoridade soul da banda “The Black Mamba”, composta por Pedro Tatanka (voz, guitarra), Ciro Cruz (baixo) e Miguel Casais (bateria), que voltaram a encher de vida a plateia da feira. Já no domingo, o palco ficou a cargo do humorista Herman José, que entre a música e humor, roubou diversas gargalhadas do público presente.
Depois de Salmoura, Nelson Rodrigues e amigos, até ao final do evento vão passar pelo palco da ‘Frutos 2016’ os Cave Story e Declínios (quarta-feira), Miguel Araújo (quinta-feira), Fernanda Paulo e António Zambujo (sexta-feira), Pedro Abrunhosa (sábado) e Ana Moura (domingo).
A Câmara Municipal anunciou que disponibiliza um autocarro após os concertos para o transporte das pessoas que queiram ir a outras festas do concelho
23-08-2016 | Mariana Martinho
Fonte: http://jornaldascaldas.com/Fruta_do_Oeste_em_destaque_na_Feira_Nacional_de_Hortofruticultura