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Cavaco força Passos no Governo
O Presidente da República decidiu esta quinta-feira escolher para primeiro-ministro Passos Coelho, líder do PSD. Num discurso cheio de recados, Cavaco Silva fechou a porta ao governo de esquerda apresentado por António Costa, passou as responsabilidades sobre o futuro do Executivo para os deputados, retirou um peso de cima dos ombros ao PCP e fez um apelo velado a fratura na bancada socialista. “Como Presidente da República assumo as minhas responsabilidades constitucionais. Compete agora aos deputados assumir as suas”, resumiu. Veja o discurso de Cavaco Silva ao País O Chefe de Estado serviu-se do passado para justificar que “nos 40 anos de democracia a responsabilidade de formar governo foi sempre atribuída a quem ganhou as eleições” e que “nunca os governos de Portugal dependeram do apoio de forças políticas antieuropeístas”, numa alusão ao PCP e BE. Além disso, Cavaco reiterou que “a observância dos compromissos assumidos no quadro da Zona Euro é decisiva para o financiamento da economia”. “Este é o pior momento para alterar radicalmente os fundamentos do nosso regime democrático, de uma forma que não corresponde sequer à vontade democrática expressa pelos portugueses nas eleições”, argumentou. Dramatizando o cenário de um governo liderado pelo PS com o apoio parlamentar do PCP e BE, o Presidente fez ainda questão de dizer que é seu “dever tudo fazer para impedir que sejam transmitidos sinais errados às instituições financeiras, investidores e mercados”. “Se o Governo formado pela coligação vencedora pode não assegurar inteiramente a estabilidade política de que o País precisa, considero serem muito mais graves as consequências financeiras, económicas e sociais de uma alternativa claramente inconsistente sugerida por outras forças políticas”, enfatizou Cavaco. Duas afirmações que foram entendidas por elementos do PSD e do PS como um sinal de que poderá optar por um governo de gestão caso a oposição derrube o Executivo de Passos.
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